Filme sobre garoto que vira herói através de palavra mágica estreia no Brasil no dia 4 de abril, e prova que o diretor Zack Snyder era um dos maiores problemas das produções da editora.

Foto: Divulgação
O maior vilão da DC nos cinemas nos últimos anos foi o diretor Zack Snyder. Prova disso é "Shazam!", que estreia no dia 4 de abril no Brasil como um dos mais divertidos filmes do universo cinematográfico da editora.

A vitória acontece graças ao abandono definitivo do tom sombrio e "realista" do cineasta (que já tinha se afastado em "Aquaman"). A vez agora é de um herói que funciona como uma espécie de Superman com poderes mágicos destinado ao público infantil, mais inocente do que qualquer versão anterior do Homem de Aço.

Infelizmente, "Shazam!" às vezes exagera na despretensão, talvez para compensar os erros de seus antecessores, enrola em momentos desnecessários e perde um pouco da força.

Veja trailer de 'Shazam!'

A palavra mágica
Consideradas as óbvias adaptações, a origem do personagem respeita a base da versão dos quadrinhos – e continua um tanto absurda.

Mais do que o nome do herói, Shazam é a palavra que Billy Batson (Asher Angel), um jovem de 14 anos, fala para se transformar em um homem (Zachary Levi) com superpoderes dados pelos deuses (mas que se parecem muito no geral com os do alter ego de Clark Kent).

Mais do que derrotar o vilão Dr. Silvana (Mark Strong) enquanto aprende a lidar com suas inesperadas habilidades, o garoto deve também equilibrar a busca por sua mãe desaparecida com a aceitação de sua nova família adotiva.

Jovan Armand, Ian Chen, Zachary Levi, Jack Dylan Grazer, Faithe Herman e Grace Fulton em cena de 'Shazam!' — Foto: Divulgação

Grandes poderes
Apesar de voar e atirar raios pelas mãos, o maior poder de "Shazam!" é nunca se levar muito a sério. Pode parecer óbvio para um filme com uma premissa tão absurda, mas a DC já falhou nisso antes.

A história permite a aproximação de seu público alvo. Pela primeira vez, as crianças conseguem se ver de verdade no papel do protagonista. As dificuldades do herói vão além de extraterrestres com ambições de dominação mundial, e passam pelo deslumbramento de sua nova realidade até suas responsabilidades como herói.

A transformação, no entanto, acaba um pouco problemática. Levi é um ótimo ator, e sabe como ninguém transmitir a alegria genuína de alguém em uma situação extraordinária, mas exagera na infantilidade.

Asher Angel em cena de 'Shazam!' — Foto: Divulgação
Principalmente no começo, Billy parece mais maduro que sua versão adulta. Sua insegurança é compreensível, mas às vezes irrita. Para alguém com a sabedoria do rei Salomão, ele poderia ter um pouco de autocontrole.

Mesmo assim, seu encanto (e o de seus jovens irmãos adotivos) enquanto explora seus poderes faz valer o ingresso, e compensa o vilão-básico-com-poderes-iguais-ao-do-herói típico de histórias de origem.

Jack Dylan Grazer e Zachary Levi em cena de 'Shazam' — Foto: Divulgação

Adeus, Snyder
Entre risadas genuínas e referências pop, "Shazam!" perde um pouco de gás na reta final, em uma sequência de eventos que tira a força do desfecho. Mas o confronto final diluído é salvo por uma bonita surpresa para os fãs do herói.

O maior problema da DC agora é entender como encaixar seu novo personagem dos cinemas com um Batman que mata e um Superman que quebra o pescoço de seus inimigos.

"Aquaman" (2018) já tinha mostrado que o futuro da DC está melhor longe das mãos de Snyder. Com sorte, o eventual sucesso de "Shazam!" impede de vez o seu retorno.

Mark Strong e Zachary Levi em cena de 'Shazam' — Foto: Divulgação

Por Cesar Soto, G1

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