Por Guilherme Haasem 

Ryan Murphy, criador de séries como Glee, American Horror Story e Nip/Tuck, lançou sua nova “salada” na TV americana com a estreia de Scream Queens.

A produção do canal Fox era uma das grandes apostas da fall season 2015, que vinha acompanhada de um burburinho entre os espectadores e de uma forte campanha de marketing por parte da emissora.

O programa parecia destinado ao sucesso, apresentando a trama de um serial killer que soma vítimas no campus de uma universidade, eliminando aquelas garotas malvadas de fraternidade que todo mundo adora odiar.

Apesar dos ótimos elementos da premissa do programa, que parecia acertar em cheio no gosto do grande público, a audiência da estreia foi decepcionante – o que nos leva a uma análise do caso.

Scream Queens exagera em seu humor escrachado e erra o tom. Fonte da imagem: Divulgação/Fox

A proposta de Scream Queens é um tanto diferente do que o canal estava vendendo inicialmente. O programa não é um suspense, nem mesmo um terrir (o terror com humor); é, antes de tudo, uma sátira, com tempero de crítica social.

O problema é que o gênero ao qual a série parece estar satirizando é a própria comédia. Ao tentar fazer graça sobre os mecanismos de fazer graça, a piada perde a força, e a pretendida ironia não se concretiza.

Há muitos exageros na tentativa de alcançar esse tipo de humor. A melhor definição de Scream Queens é tentar ser um Todo Mundo em Pânico de Meninas Malvadas. As representações dasbitches são caricatas e forçadas, todo o universo da narrativa é escancaradamente falso e superficial – tudo é propositalmente over.

Quando surge uma crítica a suas protagonistas, que buscam status (na vida ou nas redes sociais) a qualquer custo, o programa soa antigo e datado. Afinal, qual é a novidade desse discurso?Scream Queens não diz nada que Meninas Malvadas não tenha dito de forma mais plausível e contundente. Quantas vezes já se falou sobre o excesso de exposição das adolescentes em perfis virtuais, por exemplo?

O que resta à série, portanto, é a tentativa de fazer rir. Mas com tantos exageros, sem a mínima relação de realismo e de verossimilhança, o programa perde o vínculo com o público – o que se comprovou pela audiência nos Estados Unidos. Scream Queens é uma comédia-pastelão rasa e erroneamente pomposa, e que ainda se leva muito a sério (mais do que deveria, pelo menos); uma mistura que não dá muito certo e que não dá liga.

Fonte:
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