O público ficou dividido na discussão de qual foi a melhor das apresentações da E3 deste ano. Com a volta de The Last Guardian e os anúncios de Shenmue 3 e de Final Fantasy VII (o remake), a Sony se destacou na parte essencial, que é a dos games. Já a Microsoft conquistou a plateia no momento em que falou da retrocompatibilidade do Xbox One, e ainda arrancou muitos aplausos (muitos mesmo) quando levou ao palco o HoloLens rodando Minecraft. Só que, mesmo com essas novidades, não dá para dizer que os consoles saíram “vitoriosos” da conferência. Porque, ainda que seja uma discussão um pouco batida, o PC foi o grande vencedor da conferência. 

A vitória não é de lavada, vale dizer: o PS4 até chegou perto, dado o peso de seus exclusivos. Mas os computadores levam vantagem por bons motivos. A começar pelo PC Gaming Show, uma apresentação dedicada exclusivamente à plataforma que aconteceu pela primeira vez na E3. Não foi nem de longe a melhor das que foram feitas durante o evento todo, visto que foram duas horas e meia de um talk-show monótono nos moldes do Jô Soares. Mas ao menos serviu para dar um sinal de que o PC, antes dificilmente destacado durante a feira, ganhou os holofotes.

Os anúncios, de forma geral, também servem como evidências. Já na apresentação, vimos o esquema de exclusividade dos consoles começar a ruir. Killer Instinct, antes apenas do Xbox One, abriu os portões. 

Ele veio seguido de Gears of War: Ultimate Edition, um pacote – anunciado antes só para o console da Microsoft – com os games da série remasterizados e prontos para rodar em 4K e 60 FPS. Ou seja, melhor do que nos videogames. E quem fechou a fila foi No Man’s Sky (abaixo), que não mais sairá antes para o PS4: a chegada aos PCs será simultânea.

Foto por: Reprodução
Fora os três, uma parte considerável dos games apresentados pela Sony, pela Microsoft, pela Ubisoft, pela EA e pela Square Enix chegará aos computadores, como sempre. A lista inclui The Division e os outros dois jogos da linha Tom Clancy, Assassin’s Creed: Syndicate, Deus Ex: Mankind Divided, Tomb Raider, South Park, Star Wars: Battlefront, Mass Effect: Andromeda, Need for Speed, Metal Gear Solid V: The Phantom Pain, Dishonored 2, Fallout 4, Doom, Gears of War 4, praticamente todos os indies do Xbox One e mais uma bela sequência de títulos. Fora isso, ainda é provável que o remake de Final Fantasy VII chegue também à plataforma.

Mas e em termos de exclusivos? O PC não terá um Halo 5 (ainda), um The Last Guardian ou alguns dos RPGs da Square Enix. Mas ao menos terá um Xcom 2. Tudo bem, a comparação não é das melhores, mas a lista vai além. Aliás, ela provavelmente até supera a dos consoles: basta ver que, dos jogos anunciados para o Oculus Rift, aparentemente só um terá versão para o PS4 e seu Morpheus. E é bem provável que não rodará nas mesmas configurações, já que um console dificilmente conseguiria executar algo como EVE: Valkyrie em seu máximo.

Por fim, em termos de hardware, os gamers que jogam nos computadores viram a chama da guerra das placas de vídeo se reacender. Já explicamos aqui, mas, em resumo, novos modelos anunciados pela AMD – a R9 Fury X, em especial – conseguem bater de frente com os melhores dispositivos da Nvidia e ainda custam menos. A resposta da rival definitivamente virá, mas pode demorar, visto que tanto a 980Ti quanto a Titan X foram lançadas há poucos meses. Em suma, nada mal para uma conferência que historicamente deixava os PCs de lado.

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